sexta-feira, 30 de março de 2012

Conceitos do Treinamento Desportivo

A noção de treino, é entregue nas mais variadas áreas, abrangendo um processo que, através de exercícios, visa a atingir um nível mais elevado na área do objetivo previsto. Universalmente o treino desportivo tem como um dos seus objetivos obter um rendimento desportivo máximo com o fenômeno da SUPERAÇÃO. O treino desportivo procura assegurar-se de uma eficência máxima, com um dispêndio energético mínimo e uma recuperação rápida para cada atleta em uma modalidade competitiva. 
A preparação de um praticante ou de uma equipa para uma competição desportiva pretende conseguir que estes sejam capazes de resolver as situações que enfrentam durante a competição, procurando obter vitória através:
  • do domínio das ações técnicas e dos comportamentos tácticos de um determinada modalidade;
  • da adaptação do organismo aos esforços intensos solicitados pela competição; e,
  • da habituação progressiva dos praticantes ás exigências psico-emocionais da competição.
Se bem que a problemática profunda do treino desportivo se vincule prioritariamente á prática desportiva de alta e média competição não podemos desligá-los da prática desportiva de caráter recreativo e de manutenção. Os princípios e os aspectos assinalados no conceito de treino desportivo mantêm-se válidos só variando a sua latitude e aplicação e os limites dos seus objetivos.
Os cinco conceitos fundamentais e "tradicionais" do treino desportivo: o treino e a treinabilidade, a carga e a cargabilidade, a adaptação e a capacidade de rendimento, a fadiga, e a recuperação, o estado de treino e o estado de preparação.
O treino é um processo pedagógico que visa desenvolver as capacidades técnicas, tácticas, físicas e psicológicas dos atletas no quadro específico das situações competitivas através da prática sistemática e planificada do exercício, orientada por princípios e regras devidamente fundamentadas no conhecimento científico. Aumenta os limites de adaptação do indivíduo ou grupo de indivíduos com a finalidade de atingir com o máximo de rendimento e sob um regime de economia do esforço e de resistência á fadiga um resultado pré-estabelecido de acordo com uma previsão anterior. 

A treinabilidade exprime o grau de adaptabilidade e de modificação positiva do estado informacional, funcional e afetivo do(s) praticante(s) como resultado dos efeitos do exercícios de treino.
A carga é o elemento central do sistema de treino, compreende no sentido lato o processo de confronto do praticante com as exigências que lhe são apresentadas durante o treino, com o objetivo de optimizar o rendimento desportivo. A carga pode ser definida de acordo com a natureza, grandeza e orientação.
A natureza da carga pode ser denominada das cargas de treino ou de competição, cargas específicas e não específicas e cargas em função da época desportiva.
A grandeza da carga é determinada pela importância das solicitações ( fraca, média, elevada, ou máxima) exigidas aos praticantes, sendo avaliada sob dois tipos de índices: externos e internos.
A orientação da carga é definida pela qualidade ou capacidade que é potencializada ( no plano, físico, técnico, táctico, ou psicológico) e pela fonte energética predominantemente solicitada ( processos aeróbios, ou anaeróbios). Esta orientação pode ser classificada em seletiva e complexa.
A adaptação é a reação natural do organismo quando as cargas de treino são aplicados regular, metódica e sistematicamente criando um novo estado de equilíbrio qualitativamente superior através das progressivas modificações neurológicas, biológicas, fisiológicas e psicológicas. A dinâmica da adaptação é consubstanciado pela dinâmica da carga. Neste sentido, o ser humano para além da capacidade de reagir a estímulos, quando estes possuem uma certa intensidade e quando são aplicados regularmente, tem também a capacidade de se adaptar, criando as condições mais favoráveis ao aumento do rendimento desportivo dos praticantes e das equipas. 
A fadiga é considerada um importante fator de mobilização dos recursos funcionais e , neste sentido, um potente fator de adaptação. Completamente, a fadiga intervem na limitação do volume de treino e na frequência na prestação desportiva.
A recuperação após uma aplicação de uma carga de treino, a capacidade de trabalho do organismo vai evoluir de um forma sistemática na qual podemos distinguir quatro etapas: diminuição das capacidades, supercompensação e estabilização num nível próximo do inicial. Com efeito, após o trabalho, sobrevém um período durante o qual as possibilidades de adaptação do sistema funcional é reforçado. Logo, o treino tem por objetivo tirar partido dessa elevação de possibilidades de adaptação para solicitar cada vez mais.

Fonte: Metodologia do Treinamento Desportivo, Jorge Castelo; Edições FMH- Universidade Técnica de Lisboa.


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